Avenida Sete de Setembro

Avenida Sete de Setembro

A Avenida Sete de Setembro, comumente abreviada para Avenida Sete, é uma das principais e a mais tradicional das vias urbanas do município de Salvador, no estado da Bahia, Brasil. Foi palco de acontecimentos históricos e local de marcos arquitetônicos importantes, abrigando museus, igrejas, hospitais, escolas e hotéis ao longo dos seus 4,6 quilômetros de extensão, e conectando o núcleo urbano surgido nos séculos XIX e XX ao centro histórico da cidade, de origens coloniais.

Inaugurada em 1916 pelo então governador José Joaquim Seabra, foi idealizada como parte do plano de reforma urbana de Salvador iniciado em 1912, buscando conectar o centro antigo aos novos bairros que surgiam ao sul da cidade.

Possui uma ocupação extremamente variada no uso do solo, alternando comércio, serviços e habitações de diferentes níveis de renda, assim como instituições diversas, e divide-se em três trechos principais; o distrito de São Pedro, distrito da Vitória e o distrito da Barra, cada um desses espaços com enormes diferenças sócio-econômicas e paisagísticas entre si.

Suas calçadas de pedra portuguesa são a única mostra de que, apesar de tantas diferenças nas ocupações e nomes, a Avenida Sete é uma só, desde a Barra até a Praça Castro Alves.

Seu sentido varia, sendo mão dupla em seu primeiro trecho, do Farol da Barra ao final do Corredor da Vitória, e se alterando para mão única a partir do Campo Grande, prosseguindo assim até o seu término.

No Carnaval se transforma em palco das movimentações populares, sendo o trecho situado no distrito de São Pedro denominado “Circuito Avenida”, que engloba em um mesmo percurso a Praça Castro Alves e a rua Carlos Gomes, no seu entorno.

Avenida Sete de Setembro

História da Avenida Sete de Setembro

Em 1912, com a vitória de José Joaquim Seabra para o governo da Bahia, foi iniciado um plano de remodelação urbana no núcleo histórico de Salvador, seguindo os moldes do “urbanismo demolidor” parisiense de Haussmann, e, em menor escala, da reforma do centro do Rio de Janeiro feito por Pereira Passos em 1902-06.

O plano consistia da abertura e alargamentos de novas vias, demolição de quarteirões, remodelação e ampliação do porto na Cidade Baixa com a construção de quebra-mares e aterros para escoar a crescente produção de cacau no sul do estado, assim como o traçado de uma grande avenida unindo o Campo Grande á Praça Castro Alves, rompendo com o traçado colonial e buscando higienizar e ordenar a cidade de Salvador, até então foco de inúmeras doenças e problemas estruturais.

Aproveitando-se do momento favorável, J.J Seabra reúne as condições econômicas, financeiras e a força política para executá-las, contando com o apoio do prefeito Júlio Brandão, do Arcebispo Thomé da Silva e do engenheiro Arlindo Coelho Fragoso, designado como seu secretário e coordenador da ação executiva que realizará as obras propostas.

O projeto é bancado em parte pelos governos estadual e municipal, e pelo capital financeiro nacional e internacional, apoiado em uma lei que permitia empréstimos estrangeiros para obras de infraestrutura e estradas.

Em 1910, é idealizado por Jerônimo Teixeira de Alencar Lima o chamado “Plano geral de melhoramentos em parte da cidade de Salvador” baseando-se na reforma urbana do Rio de Janeiro, e pretendendo realizar novas intervenções na cidade através do saneamento, da estética e do tráfego aberto nas ruas insalubres. Houve três versões desse plano, sendo a segunda de 1912 a mais ousada, apesar de não ter sido executado.

Outro projeto, do engenheiro José Celestino dos Santos propunha uma avenida entre a Praça da Piedade e a Ladeira da Independência, modificando o tecido do distrito de Santana.

Ao final, o projeto realizado foi uma versão menor do “Plano geral” de Jerônimo Teixeira, empreendido pela Companhia de Melhoramentos, que rasga o tecido urbano e abre a Avenida do Estado (como era chamada até então), indo do Farol da Barra até a Ladeira de São Bento, onde se encontra com a Praça Castro Alves e a Rua Chile.

Buscando uma “modernização” da antiga estrutura colonial de Salvador e conectando o centro antigo aos bairros novos que surgiam com a expansão sul da cidade (Vitória, Graça, Canela e o Balneário da Barra) a abertura dessa avenida e o alargamento das ruas provocou a perda irreparável de monumentos importantes dos séculos XVIII e XIX, como a antiga Igreja de São Pedro Velho e o Convento das Mercês, ambos destruídos, assim como o prédio do Senado estadual, que teve sua ala esquerda demolida para a abertura de uma rua, sendo posteriormente doado ao Instituto Histórico e Geográfico da Bahia e a Igreja de Rosário de João Pereira (ou dos brancos). Também são derrubadas muitas residências, gerando um problema habitacional na época.

Até mesmo o Mosteiro de São Bento teria sido demolido para dar lugar a novos prédios do serviço público, mas graças aos esforços do Abade Don Maiolo de Cagny, que através de um manifesto chamado “Aviso ao povo baiano” conquistou o apoio da população, pressionou para que os reformadores, felizmente, desistirem de destruí-lo.

A imprensa da época era a favor das obras e demolições, se esforçando constantemente em convencer a população da necessidade de transformar o centro da cidade.

Trânsito na Avenida Sete de Setembro

Veja o trânsito agora na Avenida Sete de Setembro

Mapa da Avenida Sete de Setembro









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